Em resumo
- Ex-executivos da Theta, Jerry Kowal e Andrea Berry, entraram com processos separados na Califórnia.
- As queixas alegam parcerias enganosas, manipulação de tokens e abusos no marketplace de NFT.
- As ações judiciais descrevem um padrão de anos de suposto auto-benefício relacionado aos tokens da Theta e à sua plataforma de NFT.
Dois ex-executivos seniores da empresa de blockchain Theta Labs entraram com processos de denúncia na Califórnia, alegando que a empresa e seu CEO, Mitch Liu, estiveram envolvidos durante anos em um padrão de engano, manipulação de mercado e retaliação.
As queixas, apresentadas separadamente no Tribunal Superior de Los Angeles pelos ex-executivos Jerry Kowal e Andrea Berry, alegam que Liu usou a Theta Labs e sua controladora, Sliver VR Technologies, para inflacionar os preços dos tokens por meio de parcerias enganosas e vendas internas de tokens não divulgadas, ao mesmo tempo em que retaliava contra funcionários que levantavam preocupações.
Liu e representantes da Theta Labs não responderam imediatamente ao
A Theta Labs é uma empresa de blockchain incorporada em Delaware que desenvolve a Theta Network, uma plataforma descentralizada focada em entrega de mídia, computação e armazenamento, incluindo uma camada híbrida de cloud mais recente chamada Theta EdgeCloud, de acordo com os whitepapers e documentação da empresa.
A rede utiliza dois tokens principais: THETA para governança e staking, e TFUEL para taxas de transação e serviços de rede.
Os autores dos processos caracterizam um padrão de anos de auto-benefício relacionado aos tokens de cripto da Theta Labs e ao marketplace de NFT.
"Pump and dump"
“Mitch Liu usou a Theta Labs como seu veículo pessoal de negociação, perpetrando fraude, auto-benefício e manipulação de mercado”, disse Mark Mermelstein, um dos advogados que representa Kowal pelo escritório Holmes, Athey, Cowan & Mermelstein, ao
Os “esquemas calculados de ‘pump-and-dump’ de Liu repetidamente eliminaram o valor de investidores e funcionários”, alegou Mermelstein. “Esta ação é sobre exigir responsabilidade e provar que ninguém está acima da lei.”
Essas ações foram “perpetradas por um titã corporativo de tecnologia e suas empresas contra seus próprios funcionários e o público em geral”, diz a queixa de Kowal.
Os supostos esquemas de Liu também incluíam “gerar lances falsos para tokens não fungíveis”, alguns deles ligados a parcerias de alto perfil com celebridades como Katy Perry, segundo a queixa.
Durante seu tempo de trabalho na Theta, Berry, a outra autora da ação, “tomou conhecimento, testemunhou e relatou inúmeras instâncias de conduta fraudulenta e auto-benefício por parte de funcionários e executivos da Theta”, segundo uma cópia da sua queixa. Essas instâncias incluíam “esquemas destinados a inflacionar o preço do THETA Token e enriquecer pessoalmente o Sr. Liu”, acrescenta.
A queixa de Berry alega que o “objetivo principal de Liu era aumentar o valor do THETA Token”, inclusive por meio de “parcerias falsas ou altamente enganosas com empresas de grande destaque”.
Parceria com o Google
A queixa de Berry também questiona as alegações anteriores da Theta sobre o Google, afirmando que a empresa de cripto representou publicamente um acordo rotineiro de serviços em nuvem como uma parceria estratégica.
A Theta anunciou uma “parceria” com o Google em maio de 2020. A queixa de Berry alega que o relacionamento se limitou a um acordo de serviços em nuvem no qual a Theta concordou em gastar cerca de 7 milhões de dólares em produtos do Google Cloud, caracterizando a Theta como cliente e não como parceira estratégica.
A queixa afirma que essa caracterização foi usada para sugerir uma validação externa e endosso tecnológico que não existiam, enganando investidores e a comunidade em geral sobre a natureza do relacionamento.
Outros dois casos de auto-benefício foram observados, onde “os supostos ‘parceiros’ da Theta são, na verdade, outras empresas criadas e totalmente detidas” por Liu, segundo a queixa.
