Ripple mira a África para desafiar a dominância do USDT com RLUSD

• Ripple lança RLUSD em parceria com fintechs africanas
• Stablecoins já representam 43% das transações na região
• USDT domina, mas Ripple busca espaço com novos casos de uso

A Ripple identificou a África como um mercado estratégico para expandir o uso de sua stablecoin lastreada em dólar, RLUSD. Em 4 de setembro, a empresa anunciou parcerias com as fintechs Chipper Cash, VALR e Yellow Card, com o objetivo de ampliar o acesso ao token em todo o continente.

O movimento reforça a intenção da Ripple de posicionar o RLUSD como uma ferramenta prática para pagamentos, liquidações e soluções financeiras em regiões onde a infraestrutura bancária é limitada. Além da integração comercial, a empresa já utiliza a stablecoin em projetos sociais.

No Quênia, o RLUSD é utilizado em programas de seguro agrícola contra seca. O modelo mantém fundos em contas escrow e libera automaticamente pagamentos para agricultores quando dados de satélite indicam escassez severa de chuvas. Outro projeto piloto aplica o mesmo conceito para enchentes, garantindo pagamentos rápidos às comunidades afetadas. Ambos os projetos utilizam smart contracts para proporcionar transparência e agilidade às operações.

Jack McDonald, vice-presidente sênior de stablecoins da Ripple, destacou que o ativo vem ganhando tração institucional.

“Estamos vendo demanda por RLUSD de nossos clientes e outros players institucionais importantes globalmente e estamos animados para iniciar a distribuição na África através de nossos parceiros locais.”

Ele afirmou.

Desde seu lançamento no início de 2025, o RLUSD ultrapassou US$ 700 milhões em capitalização de mercado, consolidando sua posição como uma das stablecoins emergentes do setor.

Estudos recentes mostram o tamanho da oportunidade. Segundo pesquisa da Yellow Card, as stablecoins representaram 43% do volume de transações cripto na África Subsaariana. O Fundo Monetário Internacional estimou que os fluxos desses ativos atingiram 7% do PIB da região em 2024.

Atualmente, o USDT da Tether domina o mercado africano, processando mais da metade das transações. Com o avanço da Ripple, a competição entre stablecoins tende a se intensificar, especialmente em mercados que buscam alternativas seguras para pagamentos internacionais e acesso a moedas fortes.