Um confronto de alto risco está se desenrolando entre a World Liberty Financial (WLF) e seu maior investidor, Justin Sun, após o projeto colocar na lista negra uma carteira contendo bilhões de seus tokens WLFI.
A medida, que efetivamente congelou um valor estimado de US$ 100 milhões em ativos, segue uma intensa especulação de mercado de que Sun foi responsável por uma grande venda, contribuindo para um colapso dramático no preço do token.
Lista negra provoca crise de governança
Em 5 de setembro, a conta de análise blockchain Spot on Chain revelou que o endereço controlador da WLF invocou a função de blacklist no contrato WLFI, direcionando a carteira 0x5AB2…DA74. O endereço havia comprado três bilhões de WLFI durante o período de emissão inicial do projeto, desbloqueado 600 milhões e, recentemente, transferido 54 milhões de tokens, avaliados em cerca de US$ 11 milhões, para novas carteiras.
Ao colocar o endereço na lista negra, a WLF congelou os tokens restantes indefinidamente. Comentadores rapidamente reagiram ao desenvolvimento. “WLFI acaba de provar que DeFi não é ‘descentralizado’ de verdade... pode ser colocado na lista negra, congelado, encerrado”, escreveu o analista Shanaka Anslem Pereira, comparando a manobra a controles no estilo do FMI.
Justin Sun, que investiu US$ 75 milhões na WLF em 2024, rebateu no X, criticando o congelamento como injusto. “Meus tokens foram congelados de forma irracional”, escreveu ele, enfatizando que “tokens são sagrados e invioláveis — este deveria ser o valor mais básico de qualquer blockchain.”
Sun foi além, alertando que as ações da WLF “não apenas violam os direitos legítimos dos investidores, mas também correm o risco de prejudicar a confiança mais ampla na World Liberty Financials.”
Queda de preço e perspectivas de mercado
No momento desta redação, WLFI estava sendo negociado a US$ 0,1815, uma queda de 1,6% no dia após cair até 4,2% na última hora. O token desabou quase 40% em relação à máxima da semana passada de US$ 0,3087 e agora acumula queda de 45% desde o pico de 1º de setembro de US$ 0,3313.
Ontem, a pressão vendedora levou o WLFI a uma mínima histórica de US$ 0,164 antes de uma leve recuperação. Por enquanto, a negociação permanece frenética, com mais de US$ 1,3 bilhão em volume diário, enquanto o valor de mercado do projeto está próximo de US$ 4,9 bilhões, o que ainda o mantém entre os 40 maiores do mundo.
O impasse entre Sun e a equipe da WLF agora é o teste definidor para o projeto. Se a lista negra permanecer, observadores dizem que há o risco de consolidar a percepção de que a governança da WLF é centralizada e arbitrária.
No entanto, mesmo que seja revertida, a lista negra já pode ter prejudicado a credibilidade da WLF, que, há algum tempo, viu a família Trump discretamente reduzir sua participação de 60% para 40%. Em ambos os casos, a promessa da WLF de um sistema financeiro “descentralizado” enfrenta seu maior desafio até agora.
