Testemunhamos a história novamente! Ouro ultrapassa 3690 durante o pregão, será que chegará a 4000 no próximo ano?

Devido à expectativa do mercado de que o Federal Reserve reinicie o ciclo de cortes de juros esta semana, o preço do ouro atingiu um novo recorde. Ouro à vista ultrapassou pela primeira vez na história os 3.690 dólares por onça na terça-feira, mirando o patamar psicológico de 3.700 dólares. O Índice do Dólar caiu para o menor nível em mais de sete semanas, o que também sustentou a alta do ouro.

Traders e especialistas do setor afirmam que, com o ouro renovando máximas históricas, vários sinais indicam que a tendência de alta deve continuar até o final deste ano, mas é provável que ocorra uma correção saudável antes de ultrapassar o marco de 4.000 dólares por onça em 2026.

Expectativas de flexibilização do Federal Reserve, tensões geopolíticas persistentes, preocupações com a independência do Fed e compras maciças de ouro por bancos centrais ao redor do mundo são forças impulsionadoras que levam investidores a migrarem para este mercado de metais preciosos.

“O cenário de alta de longo prazo para o ouro permanece inalterado, especialmente devido à demanda crescente dos bancos centrais e dos ETFs,” disse Renisha Chainani, diretora de pesquisa da refinaria Augmont de Mumbai, durante uma pausa na Conferência do Ouro da Índia em Nova Délhi.

“Mas atualmente o ouro está em uma zona de sobrecompra, podendo haver uma correção de 5%-6% no curto prazo, seguida por uma fase de consolidação, antes de voltar a subir, com potencial de ultrapassar 4.200 dólares em 2026 e renovar o recorde histórico,” ela acrescentou.

Desde o início deste ano, o preço do ouro já subiu cerca de 40%, sendo que em 2024 o ganho é de 27%.

Praticamente todos os participantes do setor presentes no evento esperam que, graças ao corte de juros nos EUA, à forte demanda de investimento e aos riscos geopolíticos, o mercado de alta do ouro continue até 2026.

“Os analistas já preveem que o preço do ouro chegará a 4.000 dólares em 2026, mas é difícil precisar o momento exato. Comparado a todas as previsões que vimos, o ouro tem atingido os alvos muito mais rápido do que o esperado,” afirmou Nicholas Frappell, diretor global de mercados institucionais da refinaria ABC.

O mercado espera amplamente que o Federal Reserve anuncie um corte de juros ao final da reunião de política monetária em 17 de setembro. Anteriormente, o presidente dos EUA, Trump, vinha pressionando o Fed a cortar juros e criticou várias vezes o presidente Jerome Powell por agir de forma lenta demais.

O ouro sempre foi uma escolha popular para proteção contra riscos geopolíticos e econômicos, além de se beneficiar de ambientes de juros baixos.

“O preço do ouro está em território desconhecido, pois anteriormente não permaneceu por muito tempo na faixa entre 3.400 e 3.500 dólares,” disse Philip Newman, diretor-gerente da consultoria Metals Focus, acrescentando que a empresa espera que o ouro atinja cerca de 3.800 dólares até o final do ano.

“Após esta onda de alta, pode haver uma correção no futuro, mas também acreditamos que isso representa uma oportunidade de compra para investidores que aguardam para entrar. O ouro pode ultrapassar 4.000 dólares em 2026,” afirmou.

No caso da prata, que possui tanto valor de investimento quanto uso industrial (na fabricação de eletrônicos e painéis solares), o desempenho também tem sido notável, impulsionado pela alta do ouro, preocupações com escassez de oferta e forte demanda física.

Na terça-feira, prata à vista atingiu o pico de 42,768 dólares por onça, o maior nível em 14 anos.

“Além dos usos industriais tradicionais, o aumento do interesse dos investidores também tem dado forte suporte ao preço da prata,” disse Chirag Thakkar, CEO do Amrapali Group Gujarat, principal importador de prata da Índia.