Os US$ 2 bilhões em BTC "desaparecidos" do pool de mineração de Bitcoin podem em breve formar uma reserva americana de 340 mil BTC

Os Estados Unidos ainda podem reivindicar outros US$ 2 bilhões em Bitcoin vinculados ao extinto pool de mineração LuBian, apesar de já terem anunciado a maior apreensão de criptomoedas de sua história.

Em 15 de outubro, o investigador de blockchain Sani relatou que quase 16.237 BTC, avaliados em cerca de US$ 1,8 bilhão aos preços atuais, continuam em movimento entre endereços ligados ao LuBian.

Estes incluem:

• bc1qvrwzs8unvu35kcred2z5ujjef36s5jgf3y6tp8: 13.107 BTC
• bc1q42ltpxsc6s8fne0jz474tvuvyq2sqw26ud80xy: 2.129 BTC
• bc1q4c9q0nva573jgs7vxu9hf0qyfqqtzy8awn77s0: 1.000 BTC

LuBian Potencial Adicional de Bitcoin em Posse (Fonte: Sani)

Notavelmente, essas carteiras não estavam listadas entre os 25 endereços nos registros de confisco dos EUA, que documentam cerca de 127.000 BTC que o governo deseja apreender.

No entanto, essa discrepância não significa necessariamente que os agentes federais deixaram de localizar fundos. Alguns endereços podem permanecer sob sigilo por ordem judicial, enquanto outros podem pertencer a intermediários dentro da rede de lavagem de dinheiro.

Ainda assim, esses movimentos de moedas sugerem que os investigadores ainda não mapearam completamente a estrutura de controle da rede.

Reserva Estratégica de Bitcoin

Se o governo dos EUA recuperar os 16.237 BTC adicionais e os 127.000 BTC já apreendidos, suas reservas totais de Bitcoin subiriam para cerca de 343.000 BTC. Esse montante representaria aproximadamente 1,6% do fornecimento total do ativo.

Essas reservas posicionariam o governo dos EUA como o maior detentor estatal de criptoativos do mundo, sem dúvidas.

Além disso, o estoque colocaria os EUA logo atrás da Strategy liderada por Michael Saylor (anteriormente MicroStrategy), cujo tesouro corporativo detém cerca de 640.000 BTC, ou mais de 3% do fornecimento total de Bitcoin.

Enquanto isso, o caso LuBian também representa o primeiro teste real da Strategic Bitcoin Reserve (SBR), um programa criado sob a ordem executiva de março de 2025 do presidente Donald Trump para gerenciar ativos digitais apreendidos.

A senadora Cynthia Lummis afirmou que o Bitcoin apreendido mostra que o Congresso dos EUA deve “aprovar uma legislação clara sobre a estrutura do mercado de ativos digitais para garantir que as autoridades possam agir de forma decisiva contra maus atores enquanto protegem a inovação.”

Ela acrescentou:

“Codificando como o bitcoin apreendido é armazenado, devolvido às vítimas e protegido para as futuras gerações. Transformar produtos do crime em ativos que fortalecem a Strategic Bitcoin Reserve dos Estados Unidos mostra como políticas sólidas podem transformar delitos em valor nacional duradouro.”

Como o LuBian entrou em colapso

Uma vez classificado entre os seis maiores mineradores de Bitcoin do mundo, o LuBian controlava cerca de 6% do poder de hash global por meio de operações na China e no Irã.

Sua queda ocorreu no final de 2020, quando uma vulnerabilidade em seu algoritmo de geração de chaves permitiu que invasores drenassem 127.426 BTC, então avaliados em US$ 3,5 bilhões, de suas carteiras. A Arkham Intelligence relatou esse roubo pela primeira vez em agosto de 2025.

Desesperado para recuperar os fundos, o LuBian transmitiu centenas de mensagens on-chain implorando ao hacker que devolvesse as moedas, oferecendo uma recompensa pela recuperação.

A empresa de análise de blockchain Elliptic estimou posteriormente que a empresa gastou mais de US$ 40.000 enviando esses apelos embutidos antes de desaparecer da rede no início de 2021.

Em 14 de outubro, as autoridades dos EUA tornaram pública uma acusação que vinculava os ativos roubados a uma rede de fraude conectada ao Prince Group, um conglomerado cambojano liderado por Chen Zhi.

De acordo com as autoridades, os associados de Chen canalizaram os lucros de golpes de “pig-butchering”, que são fraudes massivas de investimento online, para operações de mineração de criptomoedas como o LuBian.

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