Grupos de cripto e fintech pedem ao governo Trump que defenda a regra de open banking do CFPB

Grupos de defesa de criptomoedas e fintech estão pressionando a administração Trump para apoiar uma polêmica regra de open banking que influencia a capacidade dos consumidores de compartilhar seus dados financeiros.

A Blockchain Association, Crypto Council for Innovation e a Financial Technology Association, entre outros, alertaram que os direitos dos consumidores sobre seus dados financeiros estão "sob ataque", ao mesmo tempo em que criticaram a resistência dos bancos, em uma carta enviada nesta terça-feira ao Consumer Financial Protection Bureau.

"Os maiores bancos do país querem reverter o open banking, enfraquecer o compartilhamento de dados financeiros dos consumidores e eliminar a concorrência para proteger sua posição no mercado", disseram eles na carta.

O CFPB, que tem como objetivo garantir que os consumidores sejam tratados de forma justa por bancos e outras instituições financeiras, finalizou uma regra no ano passado exigindo que bancos, cooperativas de crédito e outros disponibilizem os dados dos consumidores "mediante solicitação aos consumidores e terceiros autorizados". O Bank Policy Institute, que representa os maiores bancos do país, processou o CFPB, argumentando que a agência excedeu seus limites e afirmou que a regra "coloca em risco a privacidade dos consumidores" e que os bancos têm a responsabilidade de proteger os consumidores.

A Financial Technology Association reagiu, e em julho deste ano, o CFPB disse que planejava reabrir a regra, pausando o litígio.

Na carta de terça-feira, os grupos disseram que a regra de open banking é necessária para preservar o "princípio fundamental de que os dados financeiros pertencem ao povo americano, não aos maiores bancos do país". Eles alertaram que a ausência de políticas de open banking prejudicaria a competitividade.

"Políticas fortes de open banking nos colocam em pé de igualdade com as principais economias, incluindo Reino Unido, Singapura, Brasil, Índia, Japão, Canadá e União Europeia, que todas protegem os direitos dos consumidores sobre seus dados", disseram na carta. "Se limitarmos esse direito, arriscamos não apenas o progresso financeiro de hoje, mas também a competitividade americana e o futuro da inovação, especialmente em áreas de rápido avanço como inteligência artificial."

A questão também gerou reação do cofundador da Gemini, Tyler Winklevoss.

"Os bancos querem destruir a Regra de Open Banking (1033) para poderem taxar e controlar seus dados financeiros e remover sua liberdade de escolher os serviços que deseja", disse Winklevoss na segunda-feira em uma publicação no X. "Isso é ruim para o setor de cripto e para a inovação financeira nos Estados Unidos."

Os comentários sobre a regra devem ser enviados até terça-feira.