Uma carta antiga desencadeia crise de lealdade e a Ethereum Foundation volta a ser alvo de críticas

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O maior inimigo do Ethereum é a Ethereum Foundation.

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TechFlow

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TechFlow: Em 22 de maio de 2024, ao escrever esta carta, Péter Szilágyi talvez estivesse preso em um ciclo doloroso. O início da carta é sincero. Péter diz que, ao longo dos anos, ficou cada vez mais confuso e angustiado com o Ethereum e com seu papel na Foundation. Ele tentou organizar seus pensamentos, e assim surgiu esta carta. Todo o conteúdo da carta reflete os inúmeros problemas que um desenvolvedor leal viu sobre o Ethereum e a Foundation durante sua carreira. Problema 1: chamado de líder, mas na verdade usado como um tolo. Péter afirma abertamente que sente que está sendo usado como um "tolo útil" pela Foundation. Ele explica que, sempre que surgem controvérsias internas no Ethereum, como um pesquisador recebendo dinheiro de empresas externas e gerando conflitos de interesse, ou uma nova proposta claramente favorecendo um grupo de interesse específico, a Foundation faz com que ele, o "encrenqueiro", se manifeste contra. Ao revisar os tweets anteriores de Péter, realmente há um tom crítico e direto, frequentemente discutindo questões dentro do ecossistema Ethereum; e o conteúdo revelado nesta longa carta sugere que essas declarações são mais uma performance para atender aos interesses coletivos da Ethereum Foundation. Problema 2: 6 anos de salário totalizando apenas 600 mil, alta dedicação e baixo retorno. Nos primeiros 6 anos de trabalho de Péter no Ethereum (2015-2021), ele recebeu um total de 625 mil dólares. Atenção, este é o total de 6 anos, antes dos impostos, sem qualquer participação acionária ou incentivos. Em média, cerca de 100 mil dólares por ano. No mesmo período, o valor de mercado do ETH foi de 0 para 450 bilhões de dólares. Como responsável pela manutenção da infraestrutura mais crítica da rede, o salário de Péter pode ser até inferior ao de um programador recém-formado do Vale do Silício. Ele menciona que outros departamentos da Foundation, como operações, DevOps e até alguns pesquisadores, recebem salários ainda menores. Por que isso acontece? Péter cita uma frase dita por Vitalik: "Se ninguém reclama que o salário está baixo, significa que o salário está alto demais." Mergulhar na tecnologia sem se importar muito com o retorno realmente é o ideal de alguns geeks e cypherpunks. Mas o problema é que uma cultura de baixos salários a longo prazo traz consequências negativas. Aqueles que realmente se importam com o desenvolvimento do protocolo, por não conseguirem bons salários dentro do Ethereum, são forçados a buscar compensação fora. Isso gera vários conflitos de interesse: pesquisadores atuando como consultores de projetos externos, desenvolvedores principais recebendo patrocínios privados. Problema 3: Vitalik e seu círculo. A parte mais incisiva da carta é a análise da estrutura de poder do Ethereum. Péter admite ter enorme respeito por Vitalik, mas aponta um fato: independentemente de Vitalik querer ou não, ele decide unilateralmente o rumo do Ethereum. Para onde Vitalik direciona sua atenção, ali os recursos são alocados; em que projetos ele investe, esses projetos têm sucesso; qual rota tecnológica ele aprova, essa rota se torna dominante. Ainda pior, formou-se ao redor de Vitalik uma elite dominante de 5 a 10 pessoas. Essas pessoas investem umas nas outras, atuam como consultores mútuos e controlam a distribuição de recursos do ecossistema. Novos projetos não fazem mais captação pública, mas buscam diretamente esses 5 a 10 indivíduos. Conseguir o investimento deles é como garantir o ingresso para o sucesso.