Jensen Huang prevê: China superará os EUA na corrida da IA
O CEO da Nvidia, Jensen Huang, afirmou diretamente que, graças às vantagens em preços de energia e regulamentação, a China vencerá a corrida da IA. Segundo ele, a regulamentação excessivamente cautelosa e conservadora de países ocidentais como os EUA e o Reino Unido irá "atrasá-los".
O CEO da Nvidia (NVDA.O), Jensen Huang, previu que a China superará os Estados Unidos na corrida da IA, devido aos custos de eletricidade mais baixos e a um ambiente regulatório mais flexível. Esta é sua avaliação mais severa até agora sobre o cenário competitivo da IA.
Desde o surgimento do DeepSeek no início do ano, as preocupações dos EUA com o avanço da IA chinesa aumentaram, gerando debates intensos no Vale do Silício: empresas americanas de IA com mais recursos, incluindo OpenAI e Anthropic, conseguirão manter sua liderança tecnológica?
Como líder da empresa de maior valor de mercado do mundo, Jensen Huang afirmou em entrevista ao Financial Times: “A China vencerá a corrida da IA.” Ele disse que países ocidentais, incluindo EUA e Reino Unido, estão sendo restringidos por “negação excessiva”. Durante o “Summit do Futuro da IA” organizado pelo Financial Times na quarta-feira, ele declarou: “Precisamos de mais otimismo.”
Jensen Huang criticou diretamente as novas regulamentações sobre IA em diferentes estados dos EUA, dizendo que isso pode levar ao surgimento de “50 novos sistemas regulatórios”. Ele comparou isso aos subsídios energéticos da China, apontando que esses subsídios facilitam para as empresas de tecnologia locais arcarem com os custos de operação de chips de IA nacionais alternativos. “Lá, a eletricidade é praticamente de graça”, disse ele de forma enfática.
Huang já havia alertado que a diferença entre os modelos de IA mais recentes dos EUA e os da China já não é grande, e pediu ao governo americano que reabra o mercado de chips para manter a dependência global da tecnologia dos EUA. Em entrevista na quarta-feira, ele reiterou:
“Como sempre disse, a China está a apenas alguns nanossegundos dos EUA no campo da IA. Os EUA precisam correr atrás, conquistar o apoio dos desenvolvedores globais para, no fim, vencer.”
O Financial Times informou esta semana que várias regiões da China aumentaram os subsídios energéticos para grandes centros de dados, operados por gigantes de tecnologia como ByteDance, Alibaba e Tencent. Fontes revelaram que, após a eficiência energética dos chips nacionais de empresas como Huawei e Cambricon ser inferior à dos produtos da Nvidia, elevando os custos de eletricidade das empresas de tecnologia, governos locais intensificaram os subsídios de energia. No entanto, essa informação ainda não foi confirmada.
Segundo o Financial Times, Huang já havia pedido a Washington que permitisse uma venda mais ampla de chips. Na semana passada, Trump afirmou novamente que não pretende permitir que os chips Blackwell mais avançados da Nvidia entrem no mercado chinês. “Esta é a tecnologia mais avançada, não vamos permitir que ninguém fora dos EUA a tenha”, disse Trump em entrevista à CBS, “Podemos permitir que eles colaborem com a Nvidia, mas não com os produtos mais avançados.”
Na semana passada, a Nvidia realizou uma conferência de desenvolvedores em Washington, D.C., mostrando novamente que a empresa busca ativamente apoio do governo. Anteriormente, Trump havia sugerido que os chips Blackwell da Nvidia poderiam retornar ao mercado chinês em uma versão modificada, “Talvez eu faça um acordo por uma versão ‘negativamente aprimorada’ do Blackwell.”
Antes dessas declarações, Nvidia e AMD (AMD.O) já haviam concordado em pagar ao governo dos EUA 15% da receita de vendas de chips de IA na China como taxa, mas a regulamentação correspondente ainda não foi implementada.
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